quinta-feira, 12 de junho de 2008

Pós-Rock rant

O Pedro mencionou num artigo abaixo o "pós-rock" e isso deixou-me a pensar... Será que sou a única pessoa no planeta que acha isso a maior banhada da música actual?

Dia após dia, quem se interessa por música é confrontado com bandas do "pós-rock". São a nova CENA do myspace, são o futuro da música... Bandas completamente originais, cheias de ruídos e músicas instrumentais cheias de notações maradas e "que usam a voz para dar outra dimensão à sua música". E que escrevem músicas "tótil emocionais" mas sem ser emo.

Começa logo no nome: "pós-rock". A partícula "pós" é uma preposição que significa "após", ou "depois de". Ou seja, depois do rock.
Ora, o hip-hop também apareceu depois do rock. E o hip-hop não se chama "pós-rock"! Então porque é que não é o hip-hop que se chama "pós-rock" e sim este estilo em específico? Eu digo-vos: o "pós-rock" é na realidade rock! O hip-hop não é, por isso era parvo chamar-se "pós-rock".

Chamar a um estilo de rock "pós-rock" deve ser a cena mais presunçosa do planeta. É como o Andy Warhol a pinar com... Com o Andy Warhol!

"Eh pá, a nossa banda toca PÓS-ROCK!"

Foda-se!

E a originalidade? Não há uma única banda igual! O que é difícil visto cada gajo(a) da banda tocar de uma maneira completamente diferente. Cada pessoa toca de maneira diferente e cada combinação de pessoas vai dar lugar a um resultado final diferente logo, se um dia precisarmos de mais bandas "pós-rock" (para combater uma invasão extraterrestre, ou assim), basta re-misturarmos os "músicos" das bandas que já existem e voilá!

Este fenómeno está associado ao do "quanto menos formação musical melhor", porque assim mais original vai ser o "músico". Basicamente, de mastronço pra mastronço, variam os 3 padrões diferentes que conseguem fazer com os dedos.

E as músicas têm ruídos! É pá, não digam nada a bandas recentes como os Pink Floyd ou os Sonic Youth senão aposto que os desencorajam!

Estas bandas podem ser todas diferentes, e por acaso até é verdade que cada uma tem a sua sonoridade característica, mas estranhamente isso não as impede de serem todas iguais. É incrível como é que se consegue fazer bandas tão diferentes soarem tanto à mesma coisa.

Podia continuar a falar das letras presunçosas, dos instrumentos presunçosos, dos espectáculos aos vivo presunçosos, das roupas presunçosas, mas acho que vou resumir o resto da conversa numa palavra: kitsch.

3 comentários:

Pedro disse...

Algumas músicas até não são mal compostas, no entanto, soa-me sempre como se faltasse lá a voz. A preferência pelas músicas instrumentais de muitas das bandas de "pós-rock" (Linda Martini, p.ex.) até têm alguns pormenores interessantes e acho que poderiam ser boas músicas com alguém a cantar por cima. Mas são escolhas, e escolhas não se discutem, corrigem-se :p

Pedro disse...

Em vez da tag "Rock" não devias ter posto "Pós-Rock"? :p

Bernardo Pinhal disse...

Sinceramente, cada vez detesto mais os termos que as pessoas agora, armadas em intelectuais, usam para definir micro-nhinhozinho-correntes do rock...já se usa esse tal «pós-rock» desde o final dos anos oitenta, e desde aí já passou por tanta coisa que já estou confuso...já chamaram pós-rock a bandas tão diferentes quanto os sigur rós e os phantômas (é assim que se escreve, né? :S :S), e sinceramente só acho uma coisa: quando o rock deixou de ser duas guitarras-baixo-bateria ou guitarra-teclas-baixo-bateria e deixou de fazer ou canções pop ou músicas de uma hora, os «críticos ficaram aflictos: ganda nóia, pá! E agora, que é que chamamos a este tema todo estranho de 7 minutos sem refrão nem tema aparente? Bolas pa estes Sonic Youth!

Resumindo: é tudo MÚSICA, jobes! Uma merdosa, outra boa, outra muito boa, sempre foi assim; aliás, para mim, é tudo Rock. Vejo chamar cada nome mais estranho a grupos que têm as mesmas intenções que um grupo rock, a mesma força, a mesma guitarra eléctrica mas que em vez de uma bateria usam uma cotonete ou uma banana e por isso já merecem um termo bizarro...