segunda-feira, 9 de junho de 2008

Quarteto 1111 - «Onde Quando Como Porquê Cantamos Pessoas Vivas»

Já falei da colecção «Do Tempo do Vinil». Quando vi a lista de título da 2ª vaga vi que ia ter que ir às compras! Este álbum do Quarteto 1111, apelidado de «Obra-Ensaio de José Cid», a isso obrigou.





Quando se fala de José Cid, a maior parte pensará numas «Favas com Chouriço», num «20 anos» ou em «Como o Macaco Gosta de Banana...». Outros - aqueles que se acham mais conhecedores - dirão que pensam num «10.000 Anos entre Vénus e Marte», a grande obra progressiva do mestre Cid, reconhecida lá fora. Pois eu digo que são todos incultos e incompletos, se não conhecem este álbum! Não vou discutir a qualidade do «10.000 Anos...», até porque o adoro. Mas José Cid é muito mais este «...Cantamos Pessoas Vivas» do Quarteto 1111. Justifico-me com as suas palavras:

«O "10.00 Anos..." pode associar-se aos Genesis, aos Yes, aos Pink Floyd... e este não. Só o consigo associar ao próprio Quarteto 1111. É muito acústico, muito puro, muito poético, muito original»

Composto por Cid fazendo uso de um poema de José Jorge Letria, este é um álbum bastante político, editado em 1975 e percursor do «10.000 Anos...». Quem conhecer o single «Vida (Sons do Quotidiano» detectará algumas semelhanças. O álbum é constituído por uma só peça, de cerca de 30 minutos, que atravessa diferentes sonoridades, fazendo uso de ambientes mais acústicos (com predominância da guitarra acústica e piano) mas chegando a outros mais característicos do rock sinfónico inglês do início dos anos 70, com os obrigatórios sintetizadores a fornecerem todas as linhas melódicas e um extenso solo de guitarra eléctrica.

Um belo jogo de dinâmicas, numa peça longa mas que não cansa, muito bem estruturada e bem cantada ao jeito do José Cid dos 70's, do registo mais melancólico ao mais intenso e «berrado». Um exemplo para todos os que gostam de fazer músicas longas mas que não o conseguem. Esta música/álbum tem muitas partes diferentes mas nem se nota, tão bem estão integradas e tão naturalmente se sucedem.

A banda era:
José Cid - Voz e teclas
Mike Sergeant - Guitarras acústicas e eléctricas, baixo
António Moniz Pereira - Segunda guitarra
Vítor Mamede - Bateria

Sem comentários: