sexta-feira, 31 de julho de 2009

As Escolhas do Marmelo (4)

Boa noite, boa Sexta-Feira e um bom fim de semana no geral. A quem pensava já que este post não ia para o blog hoje tenho só a dizer que estava só a criar suspense. Obrigado por se juntarem a nós para mais um "As Escolhas do Marmelo", cada vez mais um serviço público de grande utilidade.
Álbuns Bons, Bandas Más:

Hoje, mais um tema de grande interesse e diria, coragem! Imagem como é difícil meter o pescoço no cepo (ou os ouvidos nos auscultadores) ouvindo bandas terríveis na esperança de encontrar pérolas perdidas.
E qual é o problema das listas de bons álbuns por más bandas, na humilde opinião deste marmelo? Simples, nem os álbuns são assim tão maus nem as bandas assim tão boas (ou vice-versa, já não sei bem).

Começo com um óbvio para os leitores da minha geração: Dookie dos Green Day. Embora a garotagem de hoje em dia não saiba, os Green Day não foram sempre uns quarentões com eyeliner. Em tempos idos, eram jovens que se vestiam de acordo com a idade e que estavam mais interessados em fazer rock do que em ganhar dinheiro à custa dos miúdos "fixes". Dookie é provavelmente o único álbum bom desta banda que rapidamente se dedicou ao "punk acústico", como eu gosto de lhe chamar, e, mais tarde, à merda completa.

Outra das bandas que a garotada de hoje aprecia são os Avenged Sevenfold. Não sei se é da maquilhagem, da falta de gosto, dos gutorais, do QUALQUERCOISAcore, mas parece que são mais uma banda a juntar diversos ingredientes explosivos que facilmente catapultam qualquer um para o sucesso.
Ainda assim, e como é para isso que serve este artigo, há pérolas no meio do lixo. O álbum City of Evil, verdade seja dita, é um grande álbum de guitarras numa altura em que estes já são poucos. Se fecharmos os olhos ao quão posers estas pessoas são e à música nº6 (se bem que à musica não adianta muito fechar os olhos) temos aqui um álbum capaz de fazer o Slash virar-se na cova para esconder o tesão (fontes diversas afirmam que Slash não está nada morto, depois de ouvir os álbuns de Velvet Revolver decida o leitor por si mesmo).

Próxima sugestão: Loose de Nelly Furtado. Passando o preconceito da música pop fófinha (e a vergonha), ao ouvir este álbum na integra, tirando duas músicas lá pró meio, percebe-se o que é um óptimo trabalho de estúdio. É pena que a electrónica tenha demorado à volta de 20-30 anos a aparecer em música de qualidade. Timbaland nos seus tempos áureos (antes do álbum do Cornell), Nelly a fazer várias camadas de voz, instrumentais mesmo estranhos e minimalistas para música que passa na MTV, músicas bem escritas, são todos bons motivos para deixarem de lado a vergonha e darem uma oportunidade a esta pérola.

Era uma vez uma banda emo chamada Panic! at the Disco. Como Qualquer banda emo, os Panic! at the Disco gostavam de chorar, fazer música má e dormir juntinhos, todos na mesma cama. Ora, isto costuma ter um problema, que é: se o gajo mais à direita na cama cai pelo lado esquerdo, empurra toda a gente para fora da cama com ele. Foi o que aconteceu. Caíram todos abaixo da cama e bateram com a cabeça na mesinha de cabeceira. E a mesinha de cabeceira devia ser muito, mas mesmo muito dura!
Não tendo conhecimentos clínicos que me permitam explicar o que acontece ao certo nas cabeças que batem em mesinhas de cabeceira muito, mas mesmo muito duras, resta-me apenas relatar o que aconteceu neste caso em particular: os Panic! at the Disco mudaram o nome para Panic at the Disco e lançaram um álbum bom - Pretty. Odd.. Provavelmente foram possuídos pelos espíritos sagrados de Lennon e Harrison, porque este álbum é um hino à música dos Beatles, um álbum pop numa década em que já não há pop sem misturar hiphop e essas cenas que eu não percebo, não percebo.

Há muita cena estranha no Japão. provavelmente alguns dos caros leitores, cultos como são, já ouviram falar de um estilo "musical" chamado Visual Kei (raparem como um estilo musical tem Visual no nome). Isso consiste em quê? - pergunta o leitor sem ter noção no que se está a meter. Imaginem uns meninos(as) a tocarem música parecida com a que os Green Day fazem hoje em dia mas todos vestidos como as personagens dos rpgs japoneses, com roupas todas espampanantes e cabelos todos espetados e com cores fluorescentes.
Isto a propósito de um catraio (chamado Miyavi) que era guitarrista numa banda destas e que decidiu fazer uma carreira a solo. Continuou a fazer música de merda, até que um dia lhe deu um sopro (como aconteceu a todos os sujeitos dos álbuns sugeridos neste artigo) e decidiu aprender a tocar guitarra como deve ser e lançou Dokuso.

E voltamos às terras do sol poente para falar de uma das melhores piores bandas de sempre, cujo vocalista além de ser um génio musical também sabe tocar guitarra como ninguém: Limp Bizkit, pois claro! Definiram um dos piores momentos musicais do século e, com vergonha na cara que andava sempre pintada, o guitarrista Wes Borland saiu da banda para que esta pudesse atingir níveis ainda mais baixos de qualidade.
Alguns anos passaram e Wes voltaria a entrar para a banda. Lançaram o ep The Unquestionable Truth (part 1) que deve ser o único registo decente da banda (desculpem mas não encontrei vídeo melhor), antes que o guitarrista fugisse outra vez.

Decidi terminar este artigo com um dos artistas portugueses de maior gabarito e pior gosto: José Cid.
Se as suas capacidades como músico e compositor são inquestionáveis, já o seu "bom" gosto não é tanto assim. Mesmo nos seus melhores momentos há sempre qualquer coisa embaraçosa que faz com que toda a gente sinta um misto de carinho e simpatia pelo músico.
O álbum de José Cid que vou sugerir, adivinharam: 10,000 Anos Depois Entre Vénus e Marte. Para quem não conhece, só posso dizer que deviam ter vergonha. É rock progressivo dos anos 70 no seu melhor. Imaginem Pink Floyd, King Crimson, Yes, mas cantado pelo nosso amigo Cid.
Sem dúvida o melhor álbum português de sempre (tirando os dos Fingertips).

Por esta semana é tudo, até à próxima!

Este artigo é interactivo e faz uso de novas tecnologias (podem enviar-me sms com sugestões para artigos que eu vou provavelmente ignorá-las)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

North By Northwest

Porto atrai mega festival em 2010! Porto pode receber mega-festival americano! Expresso e Blitz, será assim tão difícil ir à wikipedia ver que o SXSW Interactive não é o SXSW que recebe as mil bandas neo-indie-coiso? Esqueçam a música, isto é tecnologia (e uma óptima notícia, a acontecer).

EDIT: a notícia da Blitz foi entretanto corrigida com a menção "Colaboração poderá ser na área da tecnologia".

segunda-feira, 27 de julho de 2009

10 000

Parece que ontem o Inarmónico chegou aos 10 000 visitantes. Obviamente, como membros atentos e devotos que somos, fizemos uma festa privada, foi a loucura pela noite dentro. Só estamos a informar o mundo agora na esperança que você, caro e fiel leitor, não venha reclamar qualquer tipo de prenda ou remuneração por ter sido "o" visitante número 10 000.

Agora a sério, obrigado a todos, em nome dos inarmónicos*


*porque se não fossem vocês não tínhamos ido para a borga ontem

Secura #4

O género de ópera preferido do pessoal da PIDE sempre foi a opera buffa.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

As Escolhas do Marmelo (3)

Bom dia e feliz Dia dos Ursos!! "O que é o Dia dos Ursos?" - pergunta o leitor afoito - Sinceramente, foi uma merda que inventei agora...

Álbuns para o Dia dos Ursos:

O que é o Dia dos Ursos sem música? Nada, digo-lhe eu. Daí as listas de álbuns para ouvir no Dia dos Ursos, tema recorrente noutras publicações de menor categoria.
Na humilde opinião deste marmelo, estas listas falham precisamente por incluírem ou poucos ursos, ou os ursos errados. O que isto quer dizer, também não sei, mas acreditem que é verdade.

Panda Bear - Person Pitch: "Ui, bates mal com esta malta Chinesa a imitar os Animal Collective!" - diria um leitor de outra publicação de menor categoria. Já o comum leitor deste blog (que normalmente é um dos próprios autores) sabe perfeitamente que este Panda Bear não é chinês e não está a imitar os Animal Collective, eles é que o estão a imitar a ele!

Grizzly Bear - Veckatimest: Saímos da China para visitar um parente afastado do Panda. É nas montanhas de Brooklyn, NY que podemos encontrar este espécimen a fazer o que mais gosta: Misturar folk com pop psicadélica e fazer vídeos assustadores (este também).

Art Bears - The World as It Is Today: Quem ouve as duas bandas anteriores vai começar a questionar-se: "Quando começaram os ursos a fazer música avant-experimental-coiso?"
E quem percebe do assunto vai começar a responder: "Esta tendência remonta já aos anos 70, quando uns ursos ingleses se lembraram de formar esta banda".

The Bears - Rise and Shine: A música pop também faz parte da ementa dos ursos. Directamente dos anos 80, a banda mais ursa da power pop! Não se deixem enganar, contudo, apesar de fofinhos, todos os ursos se podem tornar extremamente perigosos (ouvir com cautela).

Teddybears - Soft Machine: Também na Suécia há ursos (e ursas). Estes começaram no grindcore(!) e depois decidiram fazer isto e isto. Normalmente acho parvo as bandas mudarem de nome, mas o caso destes que se chamavam "Teddybears STHLM" e que mudaram para "Teddybears" é a excepção à regra (embora continue a ser um nome idiota).

Mostly Bears - The Ed Mitchell Clinic: Quando já começava a perder a esperança nos ursos eis que chega mais uma banda decente. Não são todos ursos, mas pelo menos é a maioria (como se comprova pela componente rock alternativa da coisa).

Minus the Bear - Planet of Ice: Agora uma banda que perdeu o urso algures. Ao menos o guitarrista ganhou tomates, o que acaba por compensar. Provavelmente o melhor álbum que recomendo hoje. O trabalho das guitarras é mesmo de arrepiar (Planet of Ice e tal... Deixem lá...).


Feliz Dia dos Ursos e até para a semana!

Este artigo é interactivo e faz uso de novas tecnologias (como hipertexto e assim).

Sour



Vídeo da música Hibi no Neiro dos japoneses Sour

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Chuva



Coro Perpetuum Jazzile (Eslovénia)

Oh sit down next to my master of puppets

Vejam o anúncio ao Rock One que passa na TV. Tudo normal até chegar a vez de apresentar a presença dos ingleses James. Pois desengane-se quem acha que vai lá ver a famosa banda dos 80's e 90's ou cantarolar o refrão "Oh sit down / sit down next to me / sit down, down, down, down, down / in sympathy". O que vão lá ver é:


Yeah! "Master of puppets / I'm pulling your strings". Rock on(e) \m/

dica vinda do FórumSons

terça-feira, 21 de julho de 2009

Chutar os Xutos

Como disse o Ska em comentário há tempos, «o mal dos xutos é que nos andam a dever uma overdose há 10 anos».

http://antixutos.blogspot.com

Tiny Dancer Schizoid Man

«12.Were Elton John and Brian Ferry ever potential members of KC?

From the liner notes from 'A Young Person's Guide to King Crimson' (YPG):
"Elton had been booked to sing all the songs on 'Poseidon' for £250 as a session singer and as I wasn't familiar with his work, Mark Fenwick of E. G. gave me a copy of Elton's first album. But his style didn't seem right for Crimson and the album was poor, so I canceled the sessions. (...)»

sexta-feira, 17 de julho de 2009

As Escolhas do Marmelo (2)

Olá outra vez, caros leitores. Bem vindos a mais uma edição das minhas escolhas!
Esta semana, decidi escrever uma lista que é muito mais que uma lista: é quase um guia Michelin de música que ninguém ouve, só que sem as avaliações com estrelas! É um verdadeiro guia de engate, qual roteiro da pinocada!

Álbuns para Engatar uma Gaja Indie:

Esta semana decidi aprofundar um tema mencionado na última (primeira) edição desta rubrica: o engate de gajas indie (às quais me irei referir como indias).
Na humilde opinião deste marmelo, o grande problema das listas de álbuns para o engate de gajas indie é que o problema real do engate não é identificado. Reparem, normalmente são apenas listas normais de álbuns indie, quando é fácil de perceber que para o engate é necessária uma arma mais forte.

Depois de rever vários estudos sobre a psique das indias cheguei à conclusão que o que mais excita uma rapariga destas é, no fundo, o mesmo que excita outra rapariga qualquer: um homem dominador que sabe o que está a fazer. Assim sendo, é óbvio que não só os álbuns desta lista têm de ser indie, como também têm de ser quase completamente desconhecidos.

A primeira parte da actuação do galã, deve passar pela investigação profunda do alvo de modo a descobrir que bandas ela gosta. Ou então basta olhar para a t-shirt dela.

Se ela for apenas moderadamente indie, ou seja, se ouvir coisas mais ou menos mainstream como Vampire Weekend podem jogar uma bela cartada ao dizerem "já passei essa fase" e que "agora só ouço música africana como The Hallelujah Chicken Run Band". No álbum Take One, principalmente, a música é quase como Vampire Weekend, mas sem as teclas à The Cure e cantado numa língua africana qualquer.

Se, por outro lado, a primeira coisa que ela vos perguntar, mesmo antes do nome, for "Gostas mais de The Mars Volta ou At The Drive-In?", controlem a vontade de a espancar por ter dito "de The", guardando a energia para uma altura mais própria, quando Um Tapinha Não Dói™. Em vez disso, façam um ar de connaisseur e digam: "Eu gostava mais deles antes dos ATD-I, quando o Cedric tocava bateria nos The Fall On Deaf Ears". De facto (ahah), parte desta banda eram duas raparigas de 17 anos que morreram num acidente de carro, inspirando uma das músicas mais conhecidas dos ATD-I, Napoleon Solo. Só têm um EP cujas 5 músicas têm trechos do Bitches Brew!! Não sei o que mais precisam para papar a gaja...

Ainda nesta cena do punk, aproveito para sugerir um que vai deixar qualquer india molhadinha (a mim deixa, pelo menos). Dissertation, Honey dos The Plot to Blow Up the Eiffel Tower, uma mistura frenética entre punk e jazz.

Para as indias que gostam de música mais rápida (leia-se abusada), com uma perninha no QUALQUERCOISAcore ou assim, a minha única possível recomendação é iwrestledabearonce. Misturam breakcore (grindcore?) com interlúdios quase ambientais, mas atenção, tudo com muita ironia. Também só têm um EP e um LP, o que ajuda a aumentar o nível de desconhecimento. É aproveitar antes que toda a gente ande por aí com t-shirts deles.

Se a india em questão é mais dos dance-punks e cenas com alguma electrónica, falem-lhe dos Grabba Grabba Tape. Gostava de ter uma descrição à altura, coisas como "dois gajos vestidos de Chewbacca branco e rosa" não chega, acreditem. Apesar de serem espanhóis e espanha ser jah ali, é muito difícil encontrar material deles editado (ou pirateado), aumentando muito os indie-ces de indie-ness. Ah, o álbum chama-se
KURT KOBAYA Y G.R.O.X. MAN ODIA NIRVANA.

Ufa, já cobri quase todos os casos possíveis. Ainda assim falta um muito importante, que é o da gaja que só ouve Animal Collective. Não consigo imaginar como é que o leitor possa estar interessado em alguém assim, mas quem sou eu para julgar? Sou só mais um marmelo. Vou deixar aqui uma bomba atómica, daquelas que é preciso ter cuidado ao usar. Paavoharju. Say what? Vou repetir: Paavoharju. Segundo a wikipedia são um colectivo asceticista cristão que se dedica a fazer psych-folk ambiental. O álbum que recomendo é o Laulu Laakson Kukista porque tive medo de ouvir os outros.

Quando bem usadas, estas recomendações são extremamente eficazes. Tenham cuidado e usem com descrição, porque de cada vez que falam destas bandas a uma gaja, ela e as amigas vão começar a ouvir e é poder de fogo que estão a perder.

Até para a semana!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Reflexão alheia

«Sinto o mundo da musica em Portugal dividido em três: o lado demasiado pseudo-alternativo e aborrecido, aclamado pela critica, o lado comercial muito mau mas aclamado pelo publico e no meio, coisas com qualidade, ou apenas audíveis, mas condenadas a desaparecer por falta de sitio onde crescer.
Parece que o que vale no Portugal alternativo é ser um tipo estranho e sombrio que manda umas piadolas com alusões a filmes italianos e, por acaso, há quinze dias resolveu que era musico para além de outras coisas, e gravou um disco que ninguém consegue ouvir até ao fim mas que tem grandes criticas só porque não vende mais que 3 CDs.
Por outro lado, parece que o que vale no Portugal comercial é ser foleiro até mais não e usar todas as formulas dos anos 80 outra vez, mais um “RAPzinho” de má qualidade a ver se pega, letras do mais básico que já se ouviu, repetir muitas vezes o refrão, penteado tipo “Morangos com Açúcar” e mais umas armadilhas que fazem com que realmente se vendam milhares de CDs!
Não digo que o problema seja só em Portugal, não digo que o problema seja só dos Artistas, porque é também e muito provavelmente, da falta de curiosidade do público.
Mas, se o publico não vai à procura, se só descobre o que lhe dão de bandeja, porque é que a bandeja tem sempre a mesma comida?!!!»
Tiago Bettencourt

PS: Não sei posto isto por ser alguém a dizer mal da bosta alternativa que está a entreter os indies e indíos deste país ou por estar surpreso por vir de quem vem.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

As Escolhas do Marmelo (1)

Aproveitando a época baixa de postagens aqui no blog, enceto uma nova rubrica que espero visitar todas as semanas.

Neste espaço acolhedor, tentarei sugerir alguns álbuns dentro de um determinado tema, seja de bandas menos conhecidas ou simplesmente algumas pérolas esquecidas no baú. Ou então é o que me apetecer.

E quem sou eu para andar aqui a dar conselhos? - pergunta o leitor (na realidade o leitor perguntaria "quem é ele" e não "quem sou eu", a não ser quando sou realmente eu que estou a ler isto) - e pergunta com muita razão: de facto eu sou só mais um marmelo.

Álbuns para o Verão:

Vamos então começar esta rubrica com sugestões de álbuns para o Verão. Na humilde opinião deste marmelo, o grande problema das listas de álbuns com temas de Verão é que não indicam a altura do dia certa para ouvir determinado álbum. O Verão não é todo igual: ao longo do dia, muda a temperatura e muda o estado de espírito. Vou, por isso, dividir esta lista em partes do dia e fazer sugestões apropriadas.

Manhã (antes do meio dia): Há pessoas que apesar de ser Verão e não terem nada para fazer teimam em acordar cedo. De facto, é um hábito saudável que lhes permite apanhar a parte mais fresca do dia e fazer cagaçal para acordar os desgraçados que querem dormir.
Sugestão:
Anathallo - Floating World
Aí vai um álbum fresco, alegre e cheio de energia. Esta música, por exemplo, não representa bem o álbum porque ele mais parece um musical. Deve, por isso, ser ouvido na sua totalidade.


Manhã (depois do meio dia): Para as pessoas normais, o dia começa quando fica calor demais para estar na cama. Para a parte mais arrastada do dia, onde o calor é mais intenso, é esta a sugestão:
BORIS - Pink
Provavelmente o álbum mais acessível destes Stoner/Doom/Sludge rockers japoneses. Tem partes arrastadas, partes mais mexidas, o ideal para soltar as primeiras gotas de suor do dia. É perfeito para viagens de carro ao sol.


Tarde: De tarde, a maior parte das pessoas vai dar um mergulho à praia. Aproveite, porque a melhor maneira de engatar uma miúda estudante de Belas-Artes, Design ou uma merda assim é ir também à praia apanhar sol mas de forma irónica, qual critica mordaz à sociedade conformista em que vivemos. A banda sonora tem de ser bem escolhida. Tem de ser alguma coisa dançável e que as indias (as gajas do indie) conheçam.
Ora, só há uma banda nestes preparos que consegue manter a testosterona em níveis aceitaveis:
Death From Above 1979 - You're a Woman, I'm a Machine
Como é que alguém consegue fazer música dançável e ao mesmo tempo tão heavy-fucking-brutal-rocking-awesome? Não sei.


Lusco-Fusco: Para quem gosta de aproveitar ao máximo estes 5-7 minutos, aconselho que vão desempoeirar o gira-discos e ouçam este álbum na sua totalidade (se for preciso aumentem a velocidade para conseguirem ouvir tudo):
The Cult - Love
Mistura de rock gótico com misticismo
índio dos The Doors, nada representa melhor o pôr-do-sol que isto.


Noite: Ainda há neste mundo pessoas com bom gosto. E depois há aquelas pessoas que saem à noite para discotecas. Tenho sugestões para as duas:

Às primeiras sugiro este álbum:
Soil & 'Pimp' Sessions - PIMP MASTER
Death Jazz, como eles lhe chamam. Jazz agresivo, rockeiro
(?), mas sempre cheio de classe.

A quem sai à noite para discotecas, sugiro que use protecção. Não precisamos de mais gente como vocês.


Até para a semana!

sábado, 4 de julho de 2009

A ser verdade*

Vai e não voltes:

Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa, in Público

Quem conhece minimamente o estado da Música em Portugal, particularmente o seu lado institucionalizado (?) e formador (?), sabe que as coisas estão bem longe do aceitável, mas, com toda a razão que pudesse ter (e em muitas coisas não tinha), Maria João Pires acaba de a perder toda, juntamente com a sua credibilidade. Criticar os valores portugueses e a seguir renunciar à sua nacionalidade é de um egoísmo extremo vindo de uma menina mimada e com falta de atenção. Por muito que nos custe, a herança (onde se inclui a cultural) não se escolhe, e, das formas possíveis de lidar com isso, fugir e renegá-la é a pior e a mais cobarde.

Boa viagem

*porque ainda não foi confirmado, apesar de se afigurar como credível dados os desenvolvimentos recentes

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Progressive Nation em Portugal

Lembram-se do cartaz da Progressive Nation? Sim, o da tour norte-americana era melhor. Este traz os Dream Theater, Opeth, Bigelf e Unexpect ao Palácio de Cristal no Porto dia 22 de Outubro. Esperemos pelos preços.