quarta-feira, 30 de julho de 2008

O fim-de-semana da Folk

Chamem-lhe tradicional, folk, celta ou músicas do mundo... Este fim-de-semana está mais que preenchido com 3 festivais em simultâneo. Sinceramente, srs. programadores, e olharem para as datas uns dos outros? Concorrência desta era escusado... só fará com que todos tenham menos público do que poderiam e que muita gente tenha que deixar de ver um concerto para ver outro... Mas vamos ao que interessa, os festivais!

Festival Internacional das Culturas em Resistência Ollin Kan
Vila do Conde
De 31 de Julho a 2 de Agosto
Site

É a primeira edição em Portugal deste festival, com concertos gratuitos de artistas mexicanos, indianos, africanos, venezuelanos, franceses, espanhóis e portugueses.

Destaco o dia 2 com os Frei Fado d'el Rei no que deverá ser o seu último concerto (vão "parar").




Galaicofolia
Esposende
31 de Julho a 3 de Agosto
Site

Num misto de Feira Medieval e festival folk encontramos as habituais recriações históricas, artesanato, gastronomia, etc. Nos dias 1, 2 e 3 há concertos de artistas nacionais e internacionais.

Destaco o dia 2, exclusivamente nacional, com os Arrefole (Porto) e os reputados Gaiteiros de Lisboa.



Intercéltico de Sendim

Sendim
1 a 3 de Agosto
Site

Um clássico dos festivais folk portugueses chega à sua 9ª edição com um cartaz coeso e com a qualidade a que este festival já habitou o seu público.

Destaco o dia 1, com uma noite fortíssima com os Ginga (Coimbra), Skanda (Astúrias) e os deuses da Galiza Luar na Lubre. (como tenho pena de não os ir ver...)
O dia 2 traz-nos os conhecidos escoceses Shooglenifty.


Depois de um fim-de-semana destes ainda temos a começar dia 4 o Andanças com muitas actuações e animação até dia 10 em Carvalhais (S. Pedro do Sul).

O Verão folk promete!

Novidades do Bandido

O Bandido fugiu depressa e a 1ª edição há muito que esgotou. Boas notícias porém com o lançamento de nova edição. Mas já vamos lá. Novidades:

i) Estão em exposição na Cooperativa Cultural Gesto as páginas e montagens e desenhos originais do livro que acompanha o FFB. A exposição acaba já amanhã e todos os artigos expostos estão para venda!

ii) O Manel Cruz foi entrevistado no Prova Oral do Fernando Alvim. Uma boa entrevista onde se falou sobre o FFB mas também Ornatos, Pluto, Supernada. Concertos do FFB no horizonte assim como a conclusão do ainda inacabado álbum dos Supernada. Podem ouvir o programa aqui.

iii) E foi anunciada para hoje a 2ª edição do FFB! Com novo dispositivo de fixação dos discos, lombada do livro em cor diferente e rectificação de textos numa das páginas. Podem encomendar aqui.

Metallica - últimas novidades

i - Foi confirmado pela banda que o álbum sai em Setembro. Pelas interwebs já vi a data de 10, 12, 30... Espera-se confirmação oficial.

ii - O alinhamento já foi revelado e é o que se segue:

01. That Was Just Your Life
02. The End Of The Line
03. Broken, Beat & Scarred
04. The Day That Never Comes
05. All Nightmare Long
06. Cyanide
07. The Unforgiven III
08. The Judas Kiss
09. Suicide & Redemption
10. My Apocalypse

iii - Vão dar dois concertos de apresentação do álbum: dia 12 de Setembro em Berlim e 15 em Londres com bilhetes acessíveis apenas aos membros do MetClub e Mission: Metallica.

terça-feira, 29 de julho de 2008

O regresso do HARD CLUB - detalhes

(detalhes avulsos encontrados em jornais e pela internet)

«
O projecto contempla:
- Uma sala de concertos para 1000 pessoas
- Um auditório com capacidade para 150 pessoas sentadas ou 300 de pé
- Um palco para actuações acústicas
- Um café/restaurante no primeiro piso
- Uma loja de merchandising e uma livraria/discoteca
- Uma esplanada exterior
- Dois estúdios para captar audio/vídeo dos concertos
- Internet wireless gratuita


O projecto é assinado pelo arquitecto Francisco Aires Mateus. A proposta do novo espaço na cidade do Porto apresenta uma programação dirigida a públicos diversos e é vocacionada para a produção de eventos, não só musicais, mas também ligados às artes cénicas, plásticas e ao cinema.

Programas infantis e familiares ao preço de um euro são outro dos elementos da proposta.

O projecto para o novo Hard Club pressupõe o restauro total do edifício original, sem modificar o aspecto deste. “Não vai existir nenhum símbolo do Hard Club de fora do Mercado”.

Três blocos independentes, “pousados” dentro do edifício sem tocar nas paredes, vão ter as várias divisões do novo Hard Club.

O espaço vai funcionar das 9h às 24h, diariamente, com prolongamento até às 2h, em concertos durante a semana, e até às 4h às sextas e sábados.


Com o voto contra do BE e as abstenções da CDU e do PS, a proposta foi aprovada pela maioria PSD/CDS.

A sociedade ficará com a exploração do imóvel classificado durante 17 anos.

A sociedade fixou a data de 18 de Setembro do próximo ano para a entrada em funcionamento.

Os 17 anos de exploração vão custar 510 mil euros ao Hard Club, que pagará uma renda mensal de 2500 euros. "Tal valor de contrapartida poderia ser superior" , pois o investimento global de 2,91 milhões de euros "é amortizável em 10 anos", argumenta a comissão. O Município terá o direito a usar, gratuitamente, a sala maior por 120 horas semanais, o auditório por 20 horas semanais e a sala pequena por 10 horas semanais. No entanto, terá de reservá-los com 90 dias de antecedência.
»

O regresso do HARD CLUB

Óptima notícia:

«Foi aprovada pelo Executivo da Câmara Municipal do Porto a proposta do HARD CLUB de concepção, projecto, construção, manutenção e exploração do Mercado Ferreira Borges.»

in site do Hard Club

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ouvir música na internet - guia rápido

Há cada vez mais soluções para ouvir música na internet... Segue-se um guia rápido para algumas maneiras de encontrarem aquela música que já não ouvem há tanto tempo ou conhecerem aquela banda manhosa que vai abrir o concerto da vossa banda favorita cá no burgo ou até de ouvirem música genericamente.

Nos primórdios da internet havia duas maneiras: a legal - ir ao site oficial da banda e ouvir uns míseros 30s de algumas músicas - e a ilegal - os programas de P2P (Napster, AudioGalaxy, Kazaaa, imesh, eMule, ...). Mais recentemente cada banda passou a ter Myspace ou outro espaço do género (como o Palco Principal para as bandas de garagem portuguesas) onde podemos ouvir meia dúzia de músicas inteiras. Repositórios temáticos de bandas são também uma boa fonte para quem gosta de um estilo específico.

No campo do "apetece-me ouvir música de uma forma genérica" (acho que nunca niguém deve ter proferido esta frase na sua cabeça) encontramos as webradios - fenómeno já "antigo" - ou os podcasts (emissões temáticas que se encontram pela web fora em blogs e afins). Neste último caso, o RSS é bastante nosso amigo, avisando-nos dos novos programas.

Mas... e falarmos de coisas que nem toda a gente conhece? Alguns podem já ter ouvido falar do Pandora, onde se constroem "rádios" pessoais a partir de uma banda ou música e do constante aperfeiçoamento à medida que (des)aprovamos as músicas que nos são sugeridos. Fruto de um complexo trabalho de catalogação de músicas e de bons algoritmos o resultado era bastante interessante, permitindo conhecer outras bandas que teríamos hipoteticamente maior propensão a gostar. Actualmente, só se pode ouvir nos EUA... leis.

O Musicovery permite-nos ouvir música por género musical, década e humor (mais enérgico/calmo, "positivo"/dark) ao mesmo tempo que apresenta as músicas relacionadas por um grafo, através do qual podemos navegar. Pessoalmente nunca gostei muito deste site. A início parecia muito bom, dada a interface, mas a biblioteca musical era bastante limitada e crashava.

Bom para estar a par das novas tendências é o The Hype Machine, que analisa as discussões de música em blogs permitindo-nos ouvir as músicas em causa. Quem não estiver interessado nas reviews pode só pesquisar por música/artista e ouvir todos os resultados num player.

O Jogli - ainda em versão beta - afirma ter indexadas 12 milhões de canções, a maior parte das quais em formato "vídeo do YouTube". O registo permite criar playlists e perfis diferenciando-se assim do acto banal e básico de ouvir música no youtube.

Finalmente, o que eu considero a melhor solução: Grooveshark. Podia estar aqui a explicar o modelo do sistema com a partilha das músicas e a análise dos melhores utilizadores para resultados mais precisos, mas isso merecia um artigo inteiro e o que nos interessa agora é o lado do ouvinte. Pois bem, do lado deste não há nada mais fácil. Escrevam o que querem ouvir e uma intuitiva interface vai permitir-vos descobrir o álbum ou música que querem, podendo construir a vossa playlist com vários items.

(O fenómeno do muxtape já foi falado noutro post).

Parece que o guia rápido acabou por se revelar longo e não entrámos em pormenores... na verdade, foi apenas um apresentar de algumas das muitas maneiras de ouvir e conhecer música na web. Vá, apresentem as que conhecem e as que preferem.

sábado, 26 de julho de 2008

KM0 - um programa de música portuguesa

«Quilómetro Zero» é o nome de uma série documental apresentada e produzida por J.P. Simões que vai em busca das bandas "de garagem" deste nosso país, directamente aos sítios onde ensaiam e ouvindo as suas músicas, pensamentos e expectativas. Uma excelente iniciativa e que deixou bastante curioso para ver.

«O KM0 entra dentro de garagens improvisadas, estúdios mais ou menos insonorizados, armazéns, apartamentos pessoais e até mesmo cafés de bairro, monta um estúdio de som profissional, grava ao vivo um tema integral de cada banda, entrevista os músicos sobre criação e edição em Portugal, e faz-se novamente à estrada.»

14 programas de 25 minutos
39 bandas e 159 músicos
23 cidades e 12 mil quilómetros de estrada
130 horas de filmagens


Estreia hoje, às 19h30, na RTP2.



Bandas:
Man & Bellas, The Guys From the Caravan, Anaquim, Peixe : Avião, Smix Smox Smux, Monstro Mau, La La La Ressonance, Nikouala, Gnomon, MadMan Underground, The Clits, Canal 0, Kromo di Ghuetto, Zieben, Kumpania Algazarra, Carlos Peninha, Fadomorse, Montecalvo 146, Peltzer, Waste Disposal Machine, U-Clic, Stowaways, Cenáculo, PZ, Gueixa, Cacique 97, München, Dr.Estranho Amor, Projecto Fuga, Oxalá, João Frade, JazzTaParta, Nanook, 2008, The Weatherman, Mimical Kix, Norberto Lobo, Lobster e Mikado Lab.

Blog do programa

segunda-feira, 21 de julho de 2008

The Pros and Cons of Hitch Hiking


Poucos álbuns me marcaram tão profundamente como The Pros and Cons of Hitch Hiking, de Roger Waters, uma viagem delirante pelos confins da mente humana sob a forma de uma sequência de sonhos, que resulta, obviamente, numa paisagem sonora e conceptual extremamente rica e diversa.

Segundo os rumores, consta que Roger Waters terá apresentado, por volta de 1978, aos outros membros dos Pink Floyd dois esboços diferentes para o futuro álbum da banda, que continham (e isto agora sou eu a dizer) uma base similar, i. e., a análise da complexidade das relações humanas, sendo a diferença de perspectiva: uma era sobretudo externa, centrada na posição dos outros perante nós e na nossa reacção, e outra subjectiva e interna, focando os dilemas pessoais e as suas manifestações. Como os mais atentos já repararam, estou obviamente a falar de The Wall e The Pros and Cons of Hitch Hiking, respectivamente. Como aprendemos nas aulas de História (hum? Não aprendemos? Mas devíamos... Que é da II GG comparada com isto? Pff...) a banda escolheu a primeira opção , e o senhor Rogério Águas manteve o outro projecto em águas (ahah) de bacalhau, tornando-o no seu primeiro álbum a solo, em 1984. Para isso convidou nomes como Eric Clapton (guitarras), Michael Kamen (piano, orquestração e direcção, produção) e David Sanborn (sax), tornando o projecto quase num supergrupo, mas também, e não tão menos importantes, Ray Cooper e Andy Newmark (percussão), Andy Bown (Hammond e guitarra) e Madeline Bell, Katie Kissoon e Doreen Chanter (coro).

A viagem começa às 4:30 (da manhã pois claro) e segue em tempo real até às 5:13, aproximadamente, passando por momentos tão diferentes como um ataque de árabes armados na sua própria casa¹, uma boleia carregada de tensão sexual a uma jovem na Europa, um pedido de boleia numa auto-estrada perdida nos Estados Unidos, uma garrafa de vinho partilhada com alemães, entre muitos outros. O fio condutor do álbum é notável, e dá um sentido de coesão a momentos tão distintos e sem ligação aparente. Chama-se categoria. A track list é como segue:

1. 4.30 Am (Apparently They Were Travelling Abroad)
2. 4.33 Am (Running Shoes)
3. 4.37 Am (Arabs With Knives and West German Skies)
4. 4.39 Am (For the First Time Today, Pt. 2)
5. 4.41 Am (Sexual Revolution) (Waters)
6. 4.47 Am (The Remains of Our Love)
7. 4.50 Am (Go Fishing) (Waters)
8. 4.56 Am (For the First Time Today, Pt. 1)
9. 4.58 Am (Dunroamin, Duncarin, Dunlivin)
10. 5.01 Am (The Pros and Cons of Hitch Hiking...)
11. 5.06 Am (Every Strangers Eyes)
12. 5.11 Am (The Moment of Clarity)

Pelo que já foi dito, mas principalmente pelo que é impossível dizer, porque nunca lhe conseguiria fazer justiça, pelo que deixo o resto ao vosso cuidado e atenção, este é um álbum verdadeiramente incontornável, assim como uma experiência enriquecedora, em que acabamos a partilhar com o protagonista o "Moment of Clarity". Se fosse o professor Marcelo, dava 20 valores.

Aqui fica o vídeo original da Every Strangers Eyes, momento de epifania, e o link para uma review feita por mim em 2004.




¹ A propósito do episódio arabesco, e recordando episódios recentes da história britânica e londrina, aqui fica um excerto profético da letra:

"(...)
I opened my eyes and to my surprise
There were Arabs with knives at the front of the bed
Right at the front of the bed

Oh my God, how did they get in here
I thought we were safe home in England
She said, come on now kid, it was wrong what you did
You've got to admit it was wrong what you did
You've got to admit it was wrong
[Jade:] "Oh god....Jesus..."

sábado, 19 de julho de 2008

Reich e Daniel

Dia 1 de Fevereiro de 2002. Karachi, Paquistão. Daniel Pearl, jornalista americano de origem judaica, encontra-se sequestrado há pouco mais de uma semana por um grupo fundamentalista. Esse grupo fizera uma série de exigências ao Governo Americano. São recusadas. Daniel é assassinado nesse dia.

Comoção generalizada. Desde então, escrevem-se inúmeros livros, fazem-se inúmeros documentários, é criada a Fundação Daniel Pearl, faz-se pelo menos um filme sobre o assunto.

Em 2006, Steve Reich compõe Daniel Variations, em memória do jornalista assassinado. A peça é enquadrada numa encomenda conjunta de várias instituições, entre as quais se inclui a Casa da Música. Tivémos assim oportunidade de assistir no final de 2006 à sua estreia nacional, num dos melhores concertos a que já assisti.

Serve então este post para divulgar a saída da obra em cd, numa gravação absolutamente fabulosa que aconselho todos a comprar.


É certamente uma das melhores peças de Reich. Certamente a mais comovente. Pelo assunto que subjaz mas sobretudo pela própria música. Ainda que o tom esteja muito distante de um Requiem ou uma lamentação, a música tem um certo carácter contemplativo que provoca uma emoção muito contida, tão mais forte quanto evita uma espectacularidade mais fácil. As vozes são especialmente extraordinárias.

A peça usa textos do próprio Daniel Pearl - em particular o já célebre My name is Daniel Pearl, frase que pronunciou no vídeo gravado pelos fundamentalistas e difundido em todo o mundo - e textos do Livro de Daniel, do Antigo Testamento. Diz Reich que as palavras aí pronunciadas pelo Rei Nabucodonosor espelham bem o estado caótico, incerto, assustador do mundo actual; esse texto é usado no primeiro andamento da obra:

"I saw a dream. Images upon my bed & visions in my head frightened me."

Podem ser ouvidos excertos aqui.

Daniel

Radiohead e o vídeo sem câmaras

O vídeo para o último single dos Radiohead - «House of Cards» - foi filmado sem câmaras! Como, perguntam vocês? A partir do cruzamento de duas tecnologias:

«The Geometric Informatics scanning system employs structured light to capture detailed 3D images at close proximity, and was used to render the performances of Radiohead’s Thom Yorke, the female lead and several partygoers.
The Velodyne Lidar system uses multiple lasers to capture large environments in 3D, in this case 64 lasers rotating and shooting in a 360 degree radius 900 times per minute, capturing all of the exterior scenes and wide party shots.»

Os dados resultantes do vídeo foram disponibilizados para que qualquer um possa fazer as suas experiências.

Menos conversa, vejam com os vossos olhos:



Podem encontrar um making of, mais explicações técnicas, o código e até um simulador para brincarem em code.google.com/radiohead.

A Lei, a Escola, e a Criatividade

Apostando na variedade deste blog, trago-vos hoje um tema diferente.

Já ouviram falar nas TED talks? Todos os anos, juntam-se em conferência pessoas de três áreas diferentes (Technology, Entertainment, Design) para partilhar o seu conhecimento, em palestras com não mais que 20 minutos. Bono, Al Gore, Bill Clinton, são algumas das personalidades que já falaram nessas conferências, que podem incluir temas que vão até à política, ou simples performances de música e comédia.

As melhores, são colocadas à disposição do público no site deles. Aconselho quem tiver tempo livre a dar uma vista de olhos.

Falando agora do tema do post em si, encontrei duas palestras muito interessantes. Não são performances como os meus amigos músicos poderiam pensar. São palestras mesmo, que falam sobre a criatividade na nossa sociedade:

Na primeira, Larry Lessig (advogado) fala dos direitos de copyright e porque é que a lei está a matar a criatividade.

Na segunda, Ken Robinson (antigo professor universitário) diz porque é que acha que a escola está a matar a criatividade, sempre com o seu humor britânico presente.

Pressa no Colbert

Do programa do grande (e polémico) Stephen Colbert vem uma pérola. Sem mais comentários:

Metallica - novidades magnéticas

1º - Rumores apontam a data de lançamento para dia 22 de Setembro.

2º - Uma edição especial do álbum vai ser vendida com uma embalagem na forma de um caixão. Esta edição trará, além do álbum, um cd com demos das músicas (no St. Anger era o próprio álbum que era um cd de demos...), um DVD com making-of (mais do que o que pode já ser visto em http://missionmetallica.com), um t-shirt exclusiva, uma bandeira, palhetas, um poster, e um «collector's credit card embossed with a code to redeem a free download of a special European show happening in September».

3º - Numa iniciativa totalmente inédita vai ser possível fazer o download de todas as músicas do álbum (no dia em que o álbum for lançado) para o Guitar Hero III.

4º - Last but not least, a capa do álbum viu a luz do dia! E que bonita que a acho. O meu lado da Física apaixonou-se pelo conceito de uma caixão formado pela acção magnética na limalha de ferro e fez com que desculpasse o que até agora parecia um nome piroso. Ora vejam:

sexta-feira, 18 de julho de 2008

40 anos d'O Flautista às Portas da Alvorada

Há dias encontrei cá em casa um livro da minha infância, em inglês e profusamente ilustrado (bem bonito por sinal) intitulado «The Wind in The Willows» (um clássico da literatura infantil). Ao passear por entre as suas páginas cheguei ao sétimo capítulo intitulado «The Piper at the Gates of Dawn», o que me deu o empurrão para fazer um crítica não ao álbum mas à edição comemorativa do 40º aniversário, com que fui presenteado recentemente.

Para os que não sabem, falo do álbum de estreia dos Pink Floyd, de 1967, com a mão de Syd Barrett e um marco incontestável na história do rock ao exercer uma enorme influência no movimento psicadélico da altura e estendendo os seus tentáculos até aos dias de hoje. A temática fantástico-infantil e o experimentalismo sónico apanharam o mundo do rock desprevenido e apesar desses elementos se diluírem ao longo da carreira dos Floyd não deixam de ter sido uma daquelas bandas que pode afirmar que conseguiu empurrar as fronteiras para um pouco mais longe.

Para marcar o 40º aniversário foi lançada uma edição especial comemorativa. O exterior - da autoria do inevitável Storm Thorgerson - é bonito, numa capa dura tipo pano, bordeaux com letras douradas. O interior também, em forma de livro, com um livrete a cores com várias fotografias e as letras. Como bónus, uma reprodução de um livrete de 1965 da autoria do próprio Syd Barrett. Apesar de tudo, esperava duma edição de aniversário algo mais que as letras e fotos... talvez uma nota biográfica ou opiniões dos membros.

No que toca à música temos 3 CD's! Os primeiros dois dizem respeito ao álbum em si, remasterizados por James Guthrie (The Wall), em versão Mono e Stereo. Escusado será dizer que prefiro claramente a versão stereo. Na verdade, só ouvi a versão mono uma vez e não me parece que volte a pegar no cd muitas mais vezes quando ao lado tenho o cd com o mesmo álbum mas com todas as potencialidades do mix stereo original. [nota histórica: a versão stereo do LP foi lançada um mês depois da versão mono]

O terceiro CD é que traz as verdadeiras novidades. Começando por apresentar alguns early singles - Arnold Layne, Candy and a Currant Bun, See Emily Play, Apples and Oranges, Paintbox (que bela que é esta música!) - seguem-se as faixas "novas".

Citando a wikipedia: «Other tracks are a rare mix of "Interstellar Overdrive" - Take 2 of the original recording sessions, the pre-overdubbed abridged mix previously only available on an EP in France - and the 1967 stereo version of "Apples and Oranges". Plus an alternative "Matilda Mother" (from the first session for the album mentioned in the 33 1/3 book on Piper). (At their first EMI session in February '67, Pink Floyd recorded a 4-minute version of Matilda that had different vocals compared to the album version). Plus another alternative Interstellar Overdrive (take 6). (On 3/16/67 Pink Floyd recorded four additional takes of IO. Each was reported to be about 5 minutes long, save for one false start.)»

Conclusão: esta edição será mais compensatória para os fãs coleccionistas principalmente se já tiverem o álbum original e o álbum «The Early Singles» (que além das músicas supracitadas tem ainda pérolas como Julia Dream, entre outras). Quem tiver estes dois álbuns apenas encontrará nesta edição as 4 versões alternativas e um packaging mais atraente. Não deixa, no entanto, de ser uma bora compra e uma bela peça de colecção para quem não tiver os álbuns referidos.

Rádio Macau - problemas em palco

«A vocalista dos Rádio Macau agrediu o guitarrista da banda em palco. Xana e Flak desentenderam-se durante um concerto em Vila Nova da Barquinha, quando a vocalista modificou a letra da música «Anzol» para protestar contra o facto de Flak ter aceitado que o grande êxito da banda fizesse parte de um anuncio publicitário a uma instituição bancária. Depois de a cantora cantar: «não mordam o anzol às petrolíferas», Flak rasteirou a cantora que caiu no chão. Xana, quando se levantou, dirigiu-se ao guitarrista e «presenteou-o» com uma estalada, saindo de seguida do palco.

A cantora explicou ao jornal Correio da manhã que o desentendimento de deveu, de facto, ao anúncio publicitário com o grande êxito da banda. «Teve a ver com a autorização dada a uma instituição bancária. Por princípio, eu sou contra isso», afirmou Xana, lembrando que o conflito já está sanado. «Ele já me pediu desculpa e eu reconheço que deveria ter feito o concerto de forma profissional e já pedi também desculpa», afirmou a cantora.»

in IOL música

O vídeo dos acontecimentos:

segunda-feira, 14 de julho de 2008

8bit-mania 3

A maior taradice que vi nos últimos tempos mistura duas taradices: Músicas 8bit (Super Mario Bros.) e os nossos amigos Dream Theater (que, a propósito, já paravam de fazer álbuns de merda).

Atentem ainda para as imagens do jogo apresentado - Super Magesty Bros - cujas semelhanças com outros jogos ou com a vida real são pura coincidência.

Apresentando:

The Dark Nintendo Night

domingo, 13 de julho de 2008

A alegria da partilha

Lembram-se do tempo em que pegávamos nas cassetes do Iran Costa das nossas irmãs/tias/primas/mães e lhes metia-mos um bocadinho de fita-cola naqueles furinhos em baixo para gravarmos as nossas músicas por cima?
Bons tempos... Pegar nas melhores músicas de vários cds emprestados para ouvirmos no nosso leitor de cassetes. Passar horas a ouvir rádio até aparecer "aquela música". Arranjar as músicas aos amigos, eles a nós, enfim, partilhar.

Hoje em dia diz-se que já ninguém liga aos álbuns, que as pessoas só compram os singles digitalmente yadda yadda yadda... Adivinhem? Naquela altura também não! Aliás desde sempre, quem gostava dos álbuns comprava, quem não gostava ouvia só as músicas, tal e qual como hoje. A partilha sempre existiu! Hoje em dia mais massificada, é fácil conhecer novas músicas através da internet. Myspace, last.fm, blogs como este, enfim, milhares de opções à disposição.

Uma dessas ferramentas, a que eu vos venho aqui dar a conhecer, chama-se muxtape.
O muxtape não é mais que um site que permite aos utilizadores criarem mixtapes de não mais que doze músicas. No site principal podemos encontrar vários links aleatórios para playlists de outras pessoas, é só clicar e podemos ouvir o mp3 que cada pessoa lá colocou.

Para quem se interessa, o site está muito bem feito. Em termos informáticos, quero dizer. Não tem coisas a mais, só o essencial, um look minimalista/simplista, funciona que é um mimo. Assim dá gosto ouvir música, sem as macacadas do player do myspace, por exemplo. Imagino que mais tarde ou mais cedo as bandas vão começar a colocar lá as suas próprias playlists, se não o fazem já.

Visitem, criem as vossas playlists e comentem este post com os links. Espero que possam sentir o gosto de partilhar algo que vos é querido.

A minha playlist aqui. Aviso já, neste momento ando a ouvir muita música electrónica, mas prometo ir variando :p

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A melhor banda metal do momento

Só para partilhar com os amigos internautas o último vídeo da melhor banda de metal da actualidade. Desculpem, mas é verdade, não há discussão possível! Não, Pedro, não são os Opeth.

Protest the Hero - Sequoia Throne


As guitarras são de ir às lágrimas, meu deus...

Desafio 2

Em resposta ao post anterior, em vez de composições falo aqui uma banda que considero completamente sobrestimada:

Esta banda é, para mim, é o flagelo dos festivais de verão: os Xutos e Pontapés. Quem vai a festivais de verão sabe que a probabilidade de ter de ouvir Xutos é muita e aumenta em proporção ao número de festivais frequentados. Se há uma vaga para uma banda portuguesa quem é que é contratado? Adivinharam.


O problema dos Xutos? Vários: Sempre as mesmas músicas, sempre o mesmo tom na voz, sempre a mesma distorção na guitarra solo, sempre a mesma concordância do público em considerá-los a melhor banda que este país pariu!

Respeito aquilo que fizeram pelo rock nacional, mas na minha humilde opinião são simplesmente sobrevalorizados.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Desafio

Venho aqui desafiar os amigos inarmónicos a nomearem a pior música/peça que conhecem.

O meu voto vai claramente para:

Variações sobre o Carnaval de Veneza, de Paganini.

Pela graça de Deus nosso Senhor, aqui fica apenas um excerto. Tende piedade. Pela vossa saúde, reparem na parte da orquestra.


terça-feira, 8 de julho de 2008

Jimi Hendrix - Gravações Perdidas

Ei, a dizer que o sr. Stephen Stills (Crosby, Stills And Nash fame) descobriu umas gravações que fez há mais de 30 anos com o Jimi Hendrix! Como é que alguém se esquece de uma merda destas!?

Enfim, a notícia completa aqui.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O que é o rock?

Reflectia eu profundamente numa das maiores questões da humanidade - o que é o rock? - quando decidi tomar medidas: fui à internet investigar. Se há coisa que podemos encontrar na internet (além de muito, muito lixo) é respostas para perguntas parvas.

Não encontrei uma resposta definitiva mas, até encontrar melhor, o rock é isto:



P.S. - Não volto a tomar medidas. Aquela merda queima a garganta e faz um bocado mal à figadeira...

Lent et expressif...

Das coisas mais belas alguma vez criadas:

(volume no máximo, para ouvir o princípio)





O Sacrum Convivium, do meu amigo Messiaen.


Enjoy!
Bernardo.

domingo, 6 de julho de 2008

As malandrices do Senhor Gaiola

Embora não sendo grande apreciador do Joãozinho Gaiola, aqui vai um momento muito curioso... E mais não digo, a não ser para pedir perdão pela fraca qualidade sonora, mas é um documento histórico!


- The title of the composition is what, Mr. Cage?

- Water Walk, because it contains water and because I walk during its performance.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Achincalhanço

Só para combater o marasmo dos exames que neste momento assola os amigos inarmónicos. Descubram quem é quem:

Anton Webern


Rui Unas

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O Estilo

Ao ler o post anterior, sobre o grande Berio, em particular a Cátia, fiquei com uma grande dúvida, que, como é óbvio, é: porque é que os músicos fora de série se vestem tão mal? Ficam aqui alguns (poucos) exemplos:

Julian Bream


John Williams


Vladimir Horowitz (quanto a esse laço, mestre Horowitz...):


Olivier Messiaen:


Pink Floyd:


Começa a fazer sentido a regra mais estúpida de sempre no mundo da música, que obriga os intérpretes a irem vestidos de forma neutra. Com malta assim...


Espero que não seja preciso dizer que tenho o mais profundo respeito e admiração por todos os artistas atrás mencionados...

Folk Songs

Pois é, não podia ficar por um post sobre Luciano Berio. Depois de ter comprado ontem este fabuloso cd, não podia deixar de partilhar dois vídeos dessas Folk Songs que o Tu-Tubo nos faz o favor de dispensar, tal como no cd dirigidas pelo próprio compositor e cantadas pela sua mulher, Cathy Berberian (que voz! que musicalidade!).

Para os mais curiosos, algumas sucintas informações extra aqui e aqui e aqui.

Isto deve ser das coisas mais belas que já ouvi; é pelo menos a minha subjectivíssima opinião. Espero que gostem, se ainda não conhecem!





Daniel

Lee Evans Solo Trio Band

O Rowan Atkinson é muito bom mas não é o único. Este menino Lee Evans também é um malandro. Vejam lá esta performance directamente do vídeo-clube inarmónico:

terça-feira, 1 de julho de 2008

Pop ao virar do Milénio

Foda-se, é de mim ou este blog está a ficar ecléctico comó caralho?

Quebrando um bocado com o classicismo dos últimos posts vem uma reflexão sobre o estado da música: não sei se repararam, mas a pop desta década está viva e recomenda-se!

Ao contrário do rock, a música pop soube-se reinventar ao virar do milénio. Foi fazer o mesmo que já estava a cheirar no fim dos 90s, ou seja, beber ao hip-hop, mas ainda assim muitas vezes foi ainda mais longe que isso.

Scissor Sisters abriram as hostilidades do falsetto num primeiro álbum que incluía uma cover de Pink Floyd. Ainda com um som algo rock, é certo, mas abriram a caixa de pandora (ok, ok, os Muse já lá tinham andado) para algumas bandas que se seguiram. Um belo exemplo: Mika, o irmão mais novo das Irmãs Tesoura, que já teve o prazer de nos irritar a todos com as suas melodias que NÃO SAEM DA CABEÇA (ainda que sacadas de power-ballads dos anos 80). Caraças pó gajo, pá!

Este recurso de tomates apertados é usado e abusado pelos Klaxons. Vão buscar o rave de Madchester (sem ir ao azeite do europop como se fez nos anos 90), dão-lhe uma sonoridade moderna e puff, fez-se o Chocapic! Também os senhores MGMT seguem um bocado esta escola, com uma pop encharcada de electrónica mas reminiscente do psicadelismo de uns anos 60.

É a era da electrónica e por isso dentro da música de dança também há nomes interessantes a referir. Os franceses Justice, por exemplo, que bebem dos Daft Punk que nem doidos! E são ambos mestres no que toca a fazer música dançável e muito orelhuda.

Ainda nas pistas de dança, volta a Rainha da Pop, Madonna, mostrando que não é preciso ter uma grande voz (aliás, não é preciso voz nenhuma) para editar discos de sucesso. Confessions on a Dance Floor com o seu single de referência que vai samplar Abba :D e o mais recente Hard Candy que tem o dedinho do senhor Timbaland.

Falando neste Timbaland, vamos referir dois dos maiores sucessos da década: Futuresex/Lovesound Do Justin Timberlake e Loose de Nelly Furtado, onde o hip-hop toma um lugar de destaque.

Ah, antes que me esqueça, menção honrosa para o Love dos Beatles! Depois de tantos anos, uma re-mistura órgasmica assim... Sem palavras!

No geral acho que mencionei os grandes nomes. Já a meio de 2008, olhando para trás, acho que a década afinal não se perdeu, como eu estava à espera. A salvação veio de onde menos se esperava. No meio de emo punk, ou hip-hop-mais-que-mastigado é a música pop que mais me tem feito feliz.

Opiniões? Digam de vossa justiça. Esqueci-me de alguém? Ou a pop não é assim tão boa?

Crónica de uma Ressurreição

Caros amigos,

Destina-se este breve post a divulgar, aos que ainda não repararam, a RESSURREIÇÃO do Internacional Music Score Library Project, site que coloca online o essencial das partituras dos compositores que se encontram já em domínio público. Transcrevo apenas parte da carta aberta assinalando a reabertura do espaço, após alguns meses de interrupção por dificuldades várias:

"Some people have doubted that we would keep our word. Some people have questioned our competence. Some people have sworn, despite being sympathetic, that IMSLP was struck down once and forever.

I am here to prove them wrong.

It is with great joy that I bring you news of the resurrection of IMSLP. We continue to believe that the access to our culture and the Arts is a fundamental right of every human being. And holding this belief, we continue in our journey towards the goals of providing public access to the musical public domain, and the facilitation of the study of music, the understanding of music, and the enjoyment of music".