domingo, 18 de janeiro de 2009

Coincidências (ou não...)

Quem terá dito isto: (1)

‘The reason I liked punk music from the early eighties is because it falls outside the tonal framework. A lot of good rock music had been done – I grew up with Pink Floyd and Emerson Lake & Palmer – they did wonderful things and it is music that on many levels has been important to me. These progressive groups appeal to me – the Rolling Stones and the Beatles – their world is alien to me. It would not be true to say it did not mean anything because the quality of their pieces is amazing but the expression wasn’t so compelling or important".

E isto: (2)

“When I heard ‘OK Computer,’ after five minutes I said, ‘I actually get this. I understand what these people are trying to do.’ And what they were trying was not so drastically different from what I was trying to do.”
"They’re not predictable, and the form is not boring. There’s a sense of humor and self-irony in the music, which is very rare in the world of rock and pop because those people take themselves very seriously. It’s really refreshing to hear a little bit of distance.”


E isto: (3)

“Ciò che mi interessa in modo particolare è che la musica pop richiede quello stesso ascolto dissociativo [un ascolto che si concentra sulle azioni del produrre suoni]. Questa musica ha davvero raggiunto la coscienza di amplissimi strati sociali. Ma se si ascoltano la nuova musica e la musica pop con le stesse orecchie, si scopre – il mio ragionamento parte dal nostro versante, cioè dalla nuova musica – che attualmente attraverso la musica pop rientrano alcuni aspetti che sono stati introdotti dalla nuova musica"

"O que me interessa particularmente é que a musica pop requer esse mesmo tipo de escuta dissociativa (uma escuta que se concentra nas acções de produzir som). Esta música atingiu verdadeiramente a consciência de amplos estratos sociais. Mas se ouvirmos a nova música e a música pop com os mesmos ouvidos, descobre-se - e o meu raciocínio parte do nosso quadrante, o da nova música - que através da música pop aparecem realmente certos aspectos que foram introduzidos pela nova música".

E isto? (4)

“Col suono elettronicamente manipolato del rock si ha una situazione abbastanza simile a quella della musica elettronica: se la fedeltà della riproduzione è sacrificata, il contenuto della registrazione ne soffre sproporzionatamente perché quello che si perde non può essere compensato dall’ascoltatore ed è, appunto, irrimediabilmente perduto. Avviene così che sia il rock che la musica elettronica – tutt’e due creature della radio e del suo macchinario di massa – siano paradossalmente incompatibili coi mezzi di diffusione che ne hanno provocato lo sviluppo. […] Microfoni, amplificatori, altoparlanti diventano quindi non solo una estensione delle voci e degli strumenti ma diventano strumenti essi stessi, sopraffacendo talvolta le qualità acustiche originali delle sorgenti sonore. Uno degli aspetti più seducenti dello stile vocale rock è, infatti, che non ne esiste alcuno. Le voci degli esecutori sono ingigantite in tutta la loro naturalità e tipicità, istituendo con gli stili di canto formalizzati lo stesso tipo di relazione che, in un film, il primissimo piano di un viso istituisce con un ritratto classico.


"Com o som electronicamente manipulado do rock temos uma situação bastante similar à da música electrónica: se a fidelidade da reprodução é sacrificada, o conteúdo da gravação sofre de forma desproporcionada porque aqeuilo que se perde não pode ser compensado pelo ouvinte e é irremediavelmente perdido. (...) Microfones, amplificadores, colunas tornam-se portanto não apenas uma extensão da voz e dos instrumentos mas tornam-se eles próprios instrumentos e sobrepondo-se às qualidades acústicas originais da fonte sonora. Um dos aspectos mais sedutores do estilo vocal rock é, com efeito, que não existe verdadeiramente nenhum. As vozes dos executantes são potenciadas em toda a sua naturalidade e tipicidade, instituindo com o estilo de canto formalizado o mesmo tipo de relação que, num filme, o primeiro plano de um rosto institui com um retrato clássico".


Pois os autores são os seguintes:


1) Magnus Lindberg (cf. aqui);

2) Esa-Pekka Salonen (cf. aqui);

3) Dieter Schnebel (cf. aqui);

4) Luciano Berio (cf. aqui).


Deve haver muito mais exemplos de atenção dada por compositores contemporâneos à música rock. E a influência desta música na deles não está ainda, creio, suficientemente documentada. No ponto 2 do texto referido - este - encontra-se uma interessante reflexão sobre a matéria.

E, claro, até o Boulez gravou música de Zappa...

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