Há filmes que nos surpreendem pela positiva. Giro, giro, é quando a surpresa não é o filme em si.
Desde o início de There Will be Blood a minha atenção centrou-se na banda sonora, apesar da sua profunda ligação e complementaridade com a parte visual, e fiquei absolutamente abismado ao vê-la crescer e adensar ao longo do filme, ao ponto de nas melhores cenas (com algumas excepções, a utilização da música não se faz sempre nos mesmos moldes - e ainda bem) dominar por completo a acção.
Quando o filme acabou corri a informar-me sobre a banda sonora, que julguei ser uma compilação, sobretudo por causa da diversidade estilística e técnica - temos desde (perdoem-me os palavrões, eu próprio não gosto de os usar) uma escrita minimal a pós-moderna, para orquestra completa e para quarteto de cordas, com alguns salpicos de electrónica. Acontece que o seu autor (da grande maioria, pelo menos) é o nosso amigo Jonny Greenwood, mais conhecido como guitarrista dos Radiohead, que me parecem cada vez mais um poço sem fundo em termos criativos. Jonny já nao tinha nada para me provar quanto à sua qualidade, mas ouvir tão boa música e bem diferente do que estava habituado representou ainda assim uma enorme surpresa!
Estamos a falar de Música Contemporânea de primeiríssima água, como pouca tenho ouvido vinda de compositores dum meio mais erudito/académico. E podem fazer-lhe festinhas que não morde.
Ah, e o filme era bonzito.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário