terça-feira, 1 de julho de 2008

Pop ao virar do Milénio

Foda-se, é de mim ou este blog está a ficar ecléctico comó caralho?

Quebrando um bocado com o classicismo dos últimos posts vem uma reflexão sobre o estado da música: não sei se repararam, mas a pop desta década está viva e recomenda-se!

Ao contrário do rock, a música pop soube-se reinventar ao virar do milénio. Foi fazer o mesmo que já estava a cheirar no fim dos 90s, ou seja, beber ao hip-hop, mas ainda assim muitas vezes foi ainda mais longe que isso.

Scissor Sisters abriram as hostilidades do falsetto num primeiro álbum que incluía uma cover de Pink Floyd. Ainda com um som algo rock, é certo, mas abriram a caixa de pandora (ok, ok, os Muse já lá tinham andado) para algumas bandas que se seguiram. Um belo exemplo: Mika, o irmão mais novo das Irmãs Tesoura, que já teve o prazer de nos irritar a todos com as suas melodias que NÃO SAEM DA CABEÇA (ainda que sacadas de power-ballads dos anos 80). Caraças pó gajo, pá!

Este recurso de tomates apertados é usado e abusado pelos Klaxons. Vão buscar o rave de Madchester (sem ir ao azeite do europop como se fez nos anos 90), dão-lhe uma sonoridade moderna e puff, fez-se o Chocapic! Também os senhores MGMT seguem um bocado esta escola, com uma pop encharcada de electrónica mas reminiscente do psicadelismo de uns anos 60.

É a era da electrónica e por isso dentro da música de dança também há nomes interessantes a referir. Os franceses Justice, por exemplo, que bebem dos Daft Punk que nem doidos! E são ambos mestres no que toca a fazer música dançável e muito orelhuda.

Ainda nas pistas de dança, volta a Rainha da Pop, Madonna, mostrando que não é preciso ter uma grande voz (aliás, não é preciso voz nenhuma) para editar discos de sucesso. Confessions on a Dance Floor com o seu single de referência que vai samplar Abba :D e o mais recente Hard Candy que tem o dedinho do senhor Timbaland.

Falando neste Timbaland, vamos referir dois dos maiores sucessos da década: Futuresex/Lovesound Do Justin Timberlake e Loose de Nelly Furtado, onde o hip-hop toma um lugar de destaque.

Ah, antes que me esqueça, menção honrosa para o Love dos Beatles! Depois de tantos anos, uma re-mistura órgasmica assim... Sem palavras!

No geral acho que mencionei os grandes nomes. Já a meio de 2008, olhando para trás, acho que a década afinal não se perdeu, como eu estava à espera. A salvação veio de onde menos se esperava. No meio de emo punk, ou hip-hop-mais-que-mastigado é a música pop que mais me tem feito feliz.

Opiniões? Digam de vossa justiça. Esqueci-me de alguém? Ou a pop não é assim tão boa?

2 comentários:

Bernardo Pinhal disse...

Olha, jovem, gostava de conhecer mais, mas o que conheço dá para dizer:

Detesto esta modazinha revivalista dos oitentas e final dos setentas!! Guitarrazinhas estridentes como a porra, baixos tipo Village People e pior de tudo...esta onda glam que agora anda de pintar os olhos, dos falsettos e do caralhinho mais velho!! Arrgh! Mas, verdade seja dita...em termos de originalidade não me posso queixar...há cada cena mais bizarra a sair!!

Quanto ao Love dos Beatles... A CENA!!! :) :) :) :) :)

O Mika...fiquei desiludido como à porra por saber que esta música era dele...que caralho, até lhe achava piada! Quando ouvi as primeiras notas levei as mãos ao cabelo, abri a boca e disse «nããããããããããão!» qual desenho animado.

Acho que a pop desde 2000 foi por uma onda mais «ok, ISTO resulta, vamos juntar-lhe mais ISTO, que também resulta, e atacar com ainda mais ISTO, que é capaz de atrair mais público». E puff!, fez-se...o quê? :S

Mas há cenas que acabei por gostar...aquele som rock na onda dos Strokes (que a princípio detestava) acabou por ser muuuito dançável, que era coisa que faltava e muito ao rock, e acabou por trazer melodias bem agradáveis e catchy. Tipo os Artic Monkeys, os Yeah Yeah Yeahs, os Franz Ferdinand, esses coisos todos. Continuo a não me identificar muito, mas ficou...depois de muitas noites no batô, claro!!

Quanto a esta cena do R n' B (outra cena que me irrita logo pelo nome, absolutamente comprado aos blueseiros dos cinquentas e sessentas e setentas) foi de longe o que mais me custou entrar...e acabou por entrar (um bocadinho, só, também vamos com calma!) por causa das festas e discotecas todas a que fui com noites hiphop... belos tempos da minha pré-adolescência!...not --_--

Bem...também estou um bocado cranky hoje, mas é mais ou menos isto o que acho.

Um abraço.

Telmo disse...

A música não é do Mika, percebeste mal. Aliás, é do Mika, inspirada numa muito antiga cujo vídeo também está no post :p