Cada vez há menos dúvidas da influência mais ou menos directa do modelo de venda do «In Rainbows» no surgimento de iniciativas de disponibilização gratuita de música. Já no passado tinha havido pistas do que poderia vir a surgir, com a venda de músicas apenas em formato digital ou a oferta de singles, mas nunca uma operação como a que assistimos há já mais de um ano. O mesmo se observa na disponibilização do último álbum saído da mente de Trent Reznor, disponível para download desde Maio (aqui). Não gostei do álbum porque os ambiente dos Nine Inch Nails nunca me seduziram, mas não deixo de reparar com agrado a quantidade de formatos em que é oferecido o download. Com o avanço tecnológico caminhamos para uma oferta cada vez mais diversificada em que a compra pela internet não é necessariamente sinónimo de ficheiros com fraca qualidade (longe vão os tempos dos downloads de mp3 a 96kbp/s) ou cheios de protecções manhosas a la DRM.
O álbum está então disponível em formato MP3 (87MB, encoding LAME), FLAC lossless (259MB), FLAC high-definition 24/96 (942MB), M4A apple lossless (263MB), high definition WAVE 24/96 (1,5GB). Tudo DRM-free!
E sim, também existe versão física CD/DVD/Vinil.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
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3 comentários:
eu acho que os radiohead devem mais ao reznor nesta matéria do que o contrário. naturalmente o in rainbows foi muito mais mediatizado do que o the slip, mas isso não quer dizer que seja pioneira.
há muito tempo que o reznor faz distribuição de música de forma independente. mesmo o anterior "year zero" foi colocado na net música por música, através de pens que o ele deixava em concertos de nin. tudo isso integrado num jogo de realidade alternativa. só para dar um exemplo.
e, só para reforçar a ideia, enquanto os radiohead admitem que in rainbows foi um exemplo único na sua carreira, nin planeiam continuar com esta distribuição "caseira".
sim, é verdade, os NIN começam a ter já uma tradição de experimentar novas formas de distribuição e promoção dos seus trabalhos.
o in rainbows foi certamente mais mediatizado e as coisas também evoluem para um ponto em que é difícil (e irrelevante) discernir quem influencia quem. por exemplo, se o Year Zero não apresenta semelhanças com nada que eu conheça, já o modelo de venda deste The Slip é semelhante ao do In Rainbows - com a oferta digital seguida de uma edição especial física - com o acrescento da escolha entre os vários formatos e a ausência de possibilidade de pagar pelo áudio digital.
é realmente irrelevante ver quem é que é o maior nestas coisas até porque ambos só mediatizaram processos que netlabels já levavam a cabo há algum tempo.
o que importa é perceber que não há retrocesso nesta forma de partilhar música e que ela é muito mais eficaz do que a tradicional. a solução da indústria foi recorrer ao iTunes e sites semelhantes. agora é perceber se isso faz algum sentido, tanto para eles como os 'consumidores' (odeio este termo) e para as próprias bandas.
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