Volta a minha rubrica favorita aqui no blog. Desta vez, venho falar ao leitor de um submundo que felizmente continua bem vivo. Mas já lá vamos... Para já vamos voltar uns anos atrás:
*** O SEGUINTE TRECHO REPRESENTA UM TRABALHO DE FICÇÃO E NÃO DEVE SER LEVADO A SÉRIO ***
Era uma vez, três porquinhos que viviam muito felizes num reino muito longe daqui, no tempo em que os animais falavam (anos oitenta). Um dia, os porquinhos tiveram uma ideia, porque é isso que fazem os porquinhos quando não estão a comer lavagem ou a chafurdar na lama, ou a mamar nas tetinhas da mãe porca (com todo o respeito). Um dos porquinhos, o mais novo, comprou uma Commodore 64. O do meio, comprou um ZX Spectrum e o terceiro e mais velho dos porquinhos comprou um Atari ST. O quarto porquinho foi levar uma cestinha de medicamentos à avozinha e nunca mais ninguém o viu.
Os três porquinhos gostavam muito de programar nos seus computadores diferentes mas, como a mãe porca não tinha dinheiro para comprar jogos para os filhos, os porquinhos começaram a copiar e crackar jogos e trocar com os amigos.
CUIDADO CRIANÇADA! Copiar jogos e outra propriedade intelectual (como música) é pirataria e é pior que roubar, só que quando se rouba o produto deixa de estar lá para ser vendido e quando se copia só se replica o objecto em questão. É complicado, o mundo dos adultos, falem com o vosso advogado.
Alguns jogos que os porquinhos copiavam vinham com umas mensagens engraçadas dos crackers quando se ligavam os computadores. No inicio apenas diziam os nomes das equipas, mas com o passar do tempo tudo ficou mais rebuscado, chegando mesmo a incluir música e gráficos complexos melhores que os jogos em si.
Os porquinhos estavam maravilhados. E decidiram começar eles também a brincar com os códigos. Alguns anos depois eram parte da "cena".
*** FIM DO TRECHO DE FICÇÃO ***
A "cena" de que este popular conto infantil nos fala é a demoscene. Nos loucos anos oitenta havia mega eventos onde artistas de diversas demoparties se juntavam para mostrar as suas habilidades de programação, de criação de vídeo e música, as primeiras competições de conteúdos multimédia de sempre.
As "intros" que inicialmente apenas serviam como publicidade de uma determinada equipa de crackers rapidamente se transformaram em "demos" ou demonstrações artísticas de programação.
Nos anos oitenta havia pouca opção no que toca a potencialidades de cada máquina. Tudo se baseava na capacidade artística e de programação do criador. Hoje em dia de modo a que isso continue a acontecer limitam-se os recursos dos programadores.
E isto agora é só paleio? Nem pensar. Aqui vão uns exemplos fresquinhos do tubias:
Uma demo c64 que curti:
Mathematica by Reflex
E uma de ZX Spectrum:
Noumenon
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
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