domingo, 14 de setembro de 2008

Opeth - Wathershed

aqui falámos dos Opeth, banda sueca de death metal progressivo. Falemos agora do último álbum da banda (o nono), lançado em fins de Maio. Como os anteriores álbuns, «Wathershed» não é um álbum revolucionário mas antes mais um pequeno passo em frente dos Opeth. O anterior - «Ghost Reveries» - era já um esforço impecável nos três registos predilectos da banda: o death metal brutal, as deambulações progressivas guitar-oriented e os momentos mais acústico-intimistas. Este novo registo constitui, ao longo das suas sete faixas, uma continuação lógica do anterior, mas aperfeiçoando e dando maior relevo ao terceiro registo ("os momentos mais acústico-intimistas"), muito para meu agrado.

O álbum inicia-se em tom acústico com «Coil», trazendo a bela voz da cantora folk sueca Nathalie Lorichs, num dueto melódico intimista. Como em qualquer álbum dos Opeth, a beleza é para se apreciar mas não por muito tempo, e tal acontece com a passagem para o segundo tema - «Heir Apparent», a música mais pesada - com 9 minutos de death metal sombrio e gutural.
Depois da tempestade, vem a acalmia? Não. Vem antes «The Lotus Eater», uma típica música de Opeth. Momentos mais clean entrelaçados com alguns dos melhores momentos metal que ouvi este ano, numa rapsódia rítmica intensa, num constante sobe-e-desce de intensidade, guturais intercalados com vocais mais acessíveis, bom trabalho de guitarra. A meio, um movimento prog de teclados não muito habituais no meio do death metal...
«Burden» traz-nos uma bela balada, fugindo dos cânones metaleiros e oferecendo um som acessível e lembrando alguns clássicos dos antigamentes, com extensos solos de guitarra e (pasme-se) o primeiro solo de teclas da história dos Opeth. E quem bem que ficam entrelaçados num jogo de emoções que não esperava ouvir vindo destes senhores!
Vamos a meio do álbum e encontramos finalmente o single de lançamento (vide abaixo, em versão editada) «Porcelain Heart». A escolha surpreendeu-me: primeiro, porque não tem guturais; segundo, porque é a música menos acessível de todo o álbum. Porquê? Porque é uma sucessão de dois momentos diferentes: o verso - acústico, sem bateria, baseado em guitarra clássica- e o refrão - eléctrico, a entrar em fade in em vez de uma progressão mais natural - alicercado na repetição exaustiva de dois temas.
«Hessian Peel» são 11 minutos predominantemente acústicos com alguns momentos de peso, fazendo lembrar as fórmulas dos primeiros álbuns, mas com um significativo acréscimo de qualidade. E assim chegamos ao último tema - «Hex Omega», que não é mais que uma súmula da imagem sonora do álbum: momentos intimistas com muita guitarra clássica (não acústica) e orquestração de teclados intercalados com os momentos eléctricos, onde um excelente trabalho de bateria e guitarra sustentam e impulsionam o nome da melhor banda de metal progressivo da actualidade.


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