domingo, 8 de fevereiro de 2009

Salazar com a dita dura

Depois de semanas em que levámos consistentemente com publicidade sobre "A Vida Privada de Salazar", e meia hora depois do primeiro episódio ter começado, só consigo pensar em como estou brutalmente aborrecido pela banda sonora (até porque estou mais a ouvir que a ver), que não vai além do medianozinho insuportável. Nem quero começar a imaginar as possibilidades musicais que poderiam ser utilizadas numa mini-série sobre uma personagem que gerou um contra-movimento musical de valor incalculável e que constitui um dos grandes patrimónios culturais do nosso país no século XX - se é suposto haver qualquer tipo de reinterpretação histórica da situação, porque raio é que ninguém se lembrou da música, para além das sugestões meio fascizóides da história em si?
Porque é que temos de ficar com o "pianinho meio jazzístico" para os momentos mais descontraídos e as "cordas lamechas" para os momentos românticos? De certeza que não pagariam mais por uma banda sonora bem mais coerente e interessante, que não nos fizesse sentir como se nos estivessem a passar um atestado de ignorância com estes clichés.

E devolvam-me a minha vida antes de imaginar o Salazar, com a sua vozinha de eunuco, a ter relações sexuais (a tal dita dura).

Alguém sabe quem é o responsável pela banda sonora? Pior, alguém o viu no dia 25 de Abril de 1974? Onde é que o gajo andava, heim?

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