quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mash, Mash, Mash... Mash aqui ó Mash-ilhão

Cada década passada tem as sua música característica. O rock n roll dos 70s, o new wave, hair metal, post-punk dos 80s, o grunge e hiphop dos 90s, enfim, vocês estão a ver a cena... Qual é a música característica desta década?

Toda a gente diz que esta é a época do revivalismo e não sei quê, eu sinceramente acho que não é só isso. Nos anos 80 também houve uma explosão de filmes revivalistas dos anos 50 e isso não é razão para se dizer que nos 80s não houve cenas novas.

Acontece que nesta década a imagem de marca tem sido muito mais subtil que cabelos gigantes e camisas de flanela (que Deus as tenha)... Para mim, a marca da década é a grande explosão da produção. Muito por culpa "daquele negócio dos computadores", tem-se registado uma melhoria e uma preocupação cada vez maior com a estética dos albuns, às vezes nem é pelos processos digitais em si, mas com a pirataria e compras online cada vez há mais necessidade em produzir albuns apelativos em vez de dois singles. Longe vão os tempos dos albuns de 16 músicas em que só há duas decentes, e em que boa produção era sinónimo de quartetos de cordas em álbuns rock.

Isto tudo para chegar onde? Ao título do artigo: Mashups!! As mashups podem ser muita coisa, mas o que não são é novidade. Desde que há discos há djs, desde que há djs há misturas e o que é uma mashup senão uma mistura?

O termo mashup em si refere-se a um bicho engraçado que é mais que uma mix para passar na discoteca. Nos anos 90 tínhamos pérolas destas:

Smells Like Booty


Este é o fenómeno das mashups banda1 vs banda2. Pega-se na música de uma banda, acrescenta-se a voz de outra música e *puff* fez-se o Chocapic. Mas não estavamos a falar dos anos 90, pois não?

A internet cresceu, os meios de produção cresceram, o bicho cresceu. Mais que nunca, a música é feita também por quem a trabalha depois da captação de som. E hoje podemos contar com diversas experiências de estúdio de qualidade profissional como as que vou sugerir a seguir:

O conhecido produtor Danger Mouse, uma das caras dos Gnarls Barkley (os génios responsáveis pela melhor pior canção de sempre) e um dos grandes produtores actuais ligado a nomes como Gorillaz e Beck, criou uma das maiores referências no que toca a mashups: The Grey Album, uma mistura bombástica entre o White Album dos Beatles e o Black Album de Jay-Z.

Outro dos nomes associados a mashups é o de Eric Kleptone (não confundir com Eric Clapton :p) também conhecido como The Kleptones, autor de pérolas como Yoshimi Battles the Hip-Hop Robots onde mistura Flaming Lips com música rap ou A Night at the Hip Hopera onde apresenta os Queen a diversos artistas do hip hop. Já agora, o trabalho deste artista está disponível para download gratuíto aqui!

Outro grande nome na "cena" é o de Gregg Gillis, ou Girl Talk. Nos seus álbuns mistura diversas músicas ao mesmo tempo numa sucessão incansável. Uma batida de Radiohead a acompanhar uma melodia de Ace of Base, com a voz da Sinead O'Connor numa montanha russa de samples. As músicas não têm estrutura mas compensam o ouvinte com surpresa de nunca se saber o que vem a seguir. O seu último álbum pode ser descarregado aqui pelo mesmo método usado pelos Radiohead: o utilizador é quem decide o preço.

Deixo ainda mais um link, encontrado pelo Pedro, que ainda não tive tempo para explorar como queria e que contém diversos links de mp3 e albuns completos de mashups.

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